Museu Marítimo do Brasil
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The proposal for the new Maritime Museum of Brazil competition offers an immersive experience exploring the relationship with the sea, featuring laminated wood volumes, ramps and decks, modular exhibition “boxes,” and a textile membrane façade that filters the surrounding landscape, while the light sphere and pier with seating areas create a sensory and visual connection with the city.
O mar é implacável, criador e destruidor, dono de uma potência incrível. Ele é ancestral e infinito, existe desde o início dos tempos e vai seguir muito além da nossa existência. É dono de contrastes muito potentes: é antigo e novo, calmo e revolto, raso e profundo. Mais que tudo isso, ele é mistério, encantamento e fascinação. E é nesse universo de possibilidades que o visitante é convidado a mergulhar no novo Museu Marítimo do Brasil.
O Museu se configura como um complexo que inclui uma área de praça e dois novos volumes construídos. No edifício principal, o visitante percorre a exposição por meio de um circuito que conta uma história que inicia no começo da vida no planeta e termina olhando para o futuro no horizonte. O percurso acontece em oito atos, que se desenrolam dentro de volumes contidos em um exoesqueleto em madeira. Cada um desses espaços tem características diferentes e conta uma história sobre a nossa relação com o mar.
A circulação é fluída, em uma brincadeira de dentro e fora: o visitante percorre o museu por meio de decks e rampas, entrando e saindo dessas “caixas”. Dessa forma, a conexão com o mar e a cidade nunca se perde e a imersão se torna muito mais interessante - é quase como colocar a cabeça pra fora da água para respirar antes do próximo mergulho. A vista do exterior é filtrada através de “velas”, que, como as ondas do mar, ora estão revoltas, ora calmas. Revelando e ocultando o que se vê na paisagem.
O complexo do Museu é complementado por um edifício menor, de apoio, com materialidade muito similar ao principal, onde se localizam o restaurante e o auditório, criando áreas de estar ao longo de todo o píer e praça, gerando vida e movimento ao entorno. As embarcações estão dispostas ao longo do píer, como elementos estéticos pertencentes ao conjunto arquitetônico.
O dia e a noite contrastam muito no Museu: durante o dia ele tem ares etéreos, com os tons claros da madeira e dos tecidos. À noite, se torna mais dramático: os diferentes tons das madeiras dos volumes se destacam e o pulsar de uma grande esfera de luz vira um coração batendo no seu interior, fazendo dele um edifício lanterna para a cidade.
FORMA E MATERIAIS
O complexo do museu se desenvolve em dois volumes - um principal, assentado no antigo píer, e um menor, de apoio, junto à praça, ambos muito parecidos em materialidade. O volume principal, do píer, possui 15m de altura e é composto de um exoesqueleto em MLC (madeira laminada colada), com módulos de pilares de 12,15x15,5m, mantendo a antiga estrutura do píer - da qual está “descolado” 85cm. Uma viga contínua em concreto faz a transição e distribuição de cargas entre a nova estrutura e as estacas da estrutura existente.
Dentro desse complexo de pilares e vigas, volumes distintos - também em madeira, contém a área expositiva e de apoio do museu. Cada uma dessas “caixas” possui um tratamento diferente, conferindo variabilidade de tons e texturas. Esse sistema construtivo foi pensado de forma a flexibilizar os usos do museu ao longo dos anos futuros: com um planejamento sustentável, esses volumes podem vir a ser ampliados ou completamente rearranjados conforme a necessidade, uma vez que são contidos dentro dessa estrutura independente de vigas e pilares.
Externamente a esse conjunto, um “véu” construído por uma membrana têxtil em tecido translúcido tensionado (low-wich) faz um desenho de movimento na fachada: ora abrindo o visual do entorno e ora deixando que ele seja filtrado.
Esse material evita umidade e formação de fungos entre as camadas do tecido. Consequentemente, evita também manchas internas, sendo indicado para membranas claras ou translúcidas. A estrutura de apoio desse sistema é em aço. O piso do píer é mantido original, respeitando e valorizando a pré-existência. Ao longo desses espaços, no nível mais baixo, se configuram praças secas com áreas de estar e permanência.
A esfera de luz, objeto destaque da composição, possui sua estrutura em bambu. Uma camada dupla proporciona dois tipos de efeito: externamente, uma lona translúcida tensionada é retro iluminada para receber o efeito de luz pulsante. Internamente, uma estrutura de lona fosca recebe as vídeo-projeções de arte. À noite, ela é um destaque de luz no interior do prédio.
O volume de apoio, da praça, possui dois pavimentos, 8m de altura e é composto por uma estrutura em madeira MLC (madeira laminada colada) e tem como fechamento externo a mesma membrana têxtil do edifício principal, que aqui é posicionada de forma mais simples, em planos verticais nas fachadas.
Team Arquitetura Nacional
- Eduardo Maurmann
- Élen Balvedi Maurmann
- Paula Otto
- Lucas Pessatto
- Yuri Kokubun
- Yuri Mori
- Beatriz Rocha
- Leonardo Zanatta
- Guilherme Dacas
- Guilherme Xavier
- Gabriela Nodari
- Thiago Keltke